Feira Quilombola gera fomento econômico com cerca de R$ 12 mil de rendimento aos produtores de Macapá

A ação da Prefeitura de Macapá aconteceu no sábado (4), sob a coordenação da Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Amapá, Equipe de conservação da Amazônia (Ecam) e UNA.

Por Amelline Borges - Assessora de Comunicação/GABIV

Foto: Max Renê

Farinha, alface, mel, pimenta, jerimum, galinha caipira, ingá, andiroba, cheiro-verde, açaí, chacha de jambú, gengibirra, tucupi, óleos e plantas medicinais, banana, abacaxi, artesanato em geral, louças de barro e literatura afro foram alguns dos itens comercializados na 1ª Feira Quilombola Cadeia Produtiva Geração de Renda Criativa.

A ação, realizada no sábado (4) pela Prefeitura de Macapá, aconteceu sob a coordenação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Amapá (Conaq/AP), Equipe de conservação da Amazônia (Ecam) e União dos Negros (UNA).

Para a vice-prefeita de Macapá, Mônica Penha o momento foi um passo inicial para ações futuras. “Em primeiro lugar quero parabenizar aos empreendedores quilombolas, sem eles nada disso teria sentido e agradecer aos parceiros que não mediram esforços para que a feira de fato acontecesse. Estamos fazendo um estudo para que possamos dar continuidade a esse projeto, essa foi um marco inicial para muitas outras”, destacou Penha.

Esteve presente na ocasião o senador Randolfe Rodrigues e o deputado federal Camilo Capiberibe, através de seu representante, Délcio Magalhães. Ambos são autores das emendas que somam R$ 600 mil e devem fazer a revitalização de parte do Centro de Cultura Negra do Amapá.

Há 51 anos moradora do bairro do Laguinho, Maria do Socorro falou sobre a emoção de rever a UNA voltar a ser ocupada. “É realmente um momento maravilhoso ver esse espaço voltar a funcionar, um local que passou tanto tempo abandonado, desprezado, agora ver esse movimento todo aqui é uma alegria. Parabéns pela iniciativa”, ressaltou a moradora.

Ao todo, a Feira trouxe 19 comunidades, separadas em 45 barracas, que juntas resultaram em aproximadamente R$ 12 mil de retorno aos empreendedores quilombolas.

A presidente da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombolas do Amapá (Conaq-AP), Núbia Souza, pontuou sobre a potencialidade econômica produzida pelas comunidades durante a pandemia.

“Hoje eu quero agradecer a vice-prefeita por acreditar nesse projeto, onde fizemos através da Conaq/AP, ECAM, todo um levantamento econômico da produção realizada nos quilombos do Amapá, ou seja, durante a pandemia os quilombos sustentaram a mesa dos amapaenses”, afirmou.

Segundo dados do Conaq-AP, aproximadamente 60% do orçamento gerado ao Estado vieram através dos produtos produzidos pelas comunidades. Entre eles, cerca de 255 toneladas de farinha, que também são exportadas para outros estados.

Também estiveram presentes no evento o grupo músico-poético, Kazumba Akelê; o senador João Capiberibe; a deputada federal Leda Sadala; a deputada estadual, Edna Auzier, através de sua representant; Carla Chefron, os vereadores Alexandre Azevedo, Bruno Santos e Dudu Tavares, representantes da Secretarias Municipais Secretaria do Trabalho Desenvolvimento Econômico e Inovação, MacapaLuz, Zeladoria Urbana, Improir, Juventude, Diversidade; O Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi) e da Organização das Cooperativas Brasileiras do Amapá (OCD/AP).

Projeto de valorização da história e cultura afro na escola é discutido com grupos do Marabaixo

Nesta quarta-feira (28) foi apresentada a minuta do projeto que está em construção.

Por Laiza Mangas - Secretaria Municipal de Mobilização e Participação Popular

Trabalhar a cultura do Marabaixo nas escolas é o foco do projeto que foi apresentado na manhã desta quarta-feira (28) a grupos tradicionais de Macapá. O objetivo é evidenciar através de práticas pedagógicas o contato dos alunos com a histórica e cultura afro-brasileira com foco no estado do Amapá.

A iniciativa de implantação do projeto é da Secretaria de Mobilização e Participação Popular (SEMMOP), Secretaria de Educação (Semed) e Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Improir).

Segundo a secretária Rayssa Furlan, a ideia é desconstruir estereótipos e preconceitos, desenvolver um sentimento de pertencimento étnico cultural e trazer o Marabaixo como dispositivo educativo. “A escola é essencial para formar pessoas que compreendam a importância da nossa cultura afro. Reunimos as secretarias para promover essa educação antirracista”, conclui a gestora da Secretaria Mobilização Popular.

Foto: Adevaldo Cunha

Como vai ser
A minuta do projeto propõe que duas escolas sejam escolhidas para dar o pontapé inicial, uma na área quilombola e outra na urbana. As atividades serão realizadas em momentos semanais e mensais, além disso, haverá formação continuada para os professores.

“Vamos preparar nossos docentes para abordar o assunto em sala. Sabemos que muitos ainda encontram essa dificuldade, até mesmo pelos estereótipos fixados” explica o coordenador de Diversidade da Semed, Bruno Marcelo.

A diretora do Improir, Maria Carolina, ressaltou a importância da escuta dos grupos tradicionais. “Trouxemos para esse momento alguns representantes do Marabaixo para que eles possam dar sua opinião sobre o projeto ou sugerir outros caminhos”, disse.

“Podem contar com todo o nosso apoio. Projetos como esse nos fazem resgatar nossa história e cultura. Eu também gosto muito de ensinar e seria ótimo compor a iniciativa. Vamos em frente”, disse Laura do Marabaixo.

Dr. Furlan agradeceu a presença e empenho das secretarias envolvidas. “Vamos juntos trabalhar para uma educação igualitária”, destaca o prefeito.

Prefeitura realiza ação de saúde em comunidades religiosas de matrizes africanas de Macapá

Ação social Saúde nos Terreiros será realiza nos dias 28, 29 e 30 de julho. O atendimento ocorrerá em três terreiros de matrizes africanas do município.

Por Aline Paiva - Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial

Nos dias 28, 29 e 30 de julho, o Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Improir), em parceria com as secretarias municipais de Saúde (Semsa) e Assistência Social (Semas), realizará a ação social Saúde nos Terreiros. Serão ofertados serviços de cuidado à saúde, além de cadastramento e recadastramento no CadÚnico. 

A intenção é promover a igualdade racial nos espaços públicos do município, visando a promoção e prevenção à saúde integral da população das comunidades tradicionais de matrizes africanas e afroameríndias de Macapá.

A diretora-presidente do Improir, Maria Carolina Monteiro, reforça a importância de buscar políticas públicas para os povos de terreiro, que é o conjunto de populações que estão ligadas às comunidades religiosas de matrizes africanas, seja por vínculo de parentesco ou de iniciação.

‘’É papel do Improir facilitar o acesso aos serviços de saúde e assistência social para as comunidades de matrizes africanas. Precisamos dar visibilidade às condutas terapêuticas dos terreiros, tanto a busca pela defesa dos direitos étnicos individuais e coletivos, quanto ao combate à discriminação racial’’, explica.

Neste primeiro momento, três terreiros serão beneficiados, sendo estes o ‘Unso Lunda Nkisimbi Junsara’, do Babalorixá Salvino de Jesus dos Santos, o ‘Ilê Asé Ibi Olufoni’, do Babalorixá Marcos José Ribeiro, e o ‘Rundembo N’Inkici Avanju Kayango’, do Babalorixá Orlando Alexandre Rodrigues.

‘’Nesta primeira ação, levaremos os serviços em três terreiros distintos. Mas, a meta é expandir o Saúde nos Terreiros para outras comunidades. Queremos que esses serviços se tornem, a longo prazo, ações itinerantes dentro dos terreiros de Macapá, visando efetivar políticas públicas de igualdade racial’’, comenta a presidente do Improir, Maria Carolina.

Entenda as ações
O Saúde nos Terreiros objetiva fomentar ações voltadas para as casas de matrizes africanas, na tentativa de valorizar e reafirmar a diversidade étnico-racial. Isso significa que os serviços oferecidos na ação ajudarão a tornar os espaços em locais de inclusão, na intenção de evitar o preconceito, a intolerância e o racismo religioso.

Nos três dias de ação, serão ofertados serviços de assistência social, com a retirada e atualização do CadÚnico, e de cuidados a saúde, com a realização de testes rápidos, atendimentos psicológicos, distribuição de kits odontológicos, orientações de atividades físicas e fisioterapêuticas, além de vacinação de influenza e sarampo para pessoas com doses indicadas.

A secretaria municipal de Saúde, Karlene Lamberg, destaca a necessidade de levar serviços em comunidades tradicionais, fortalecendo assim a defesa da saúde para os povos de terreiro e populações negras.

‘’A Prefeitura de Macapá deseja atender a necessidade da população. Por isso, é de suma importância prestar assistência e serviços de cuidado à saúde para comunidades de matrizes africanas. Queremos que estes locais sejam espaços de promoção de bem-estar e cidadania, garantindo à população negra de terreiros a efetivação da igualdade de oportunidade’’, finaliza.

Confira abaixo a programação completa:

Data: 28 de julho de 2021
Horário: 8h às 12h
Local: Casa de Matriz Africana ‘Unso Lunda Nkisimbi Junsara’
Endereço: Rua vila das Oliveiras, 839 – Pedrinhas
Babalorixá: Salvino de Jesus dos Santos (Pai Salvino)

Data: 29 de julho de 2021
Horário: 8h às 12h
Local: Casa de Matriz Africana ‘Ilê Asé Ibi Olufoni’
Endereço: Avenida Padre Ângelo Biraghi, 1207 – Congós (8º Avenida do Congós)
Babalorixá: Marcos José Ribeiro Dos Santos

Data: 30 de julho de 2021
Horário: 8h às 12h
Local: Casa de Matriz Africana ‘Rundembo N’Inkici Avanju Kayango’
Endereço: Rua dos Muricis, 687 – Loteamento Açaí.
Babalorixá: Orlando Alexandre Almada Rodrigues (Pai Vanjurê)