Memória e devoção: Improir inaugura novo espaço do Museu Municipal da História Negra

Museu nasceu com a missão de preservar, dar publicidade e fomentar o desenvolvimento de expressões artístico-culturais afro-brasileiros.

Por Alexssandro Lima - Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial

O museu municipal da história negra inaugurou nesta sexta-feira (12). O espaço é uma divisão localizada no prédio do Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Improir) e abriga um respeitável acervo que inclui, além de registros da história dos negros, objetos de culto religioso e de devoção.

O museu nasceu com a missão de preservar, dar publicidade e fomentar o desenvolvimento de expressões artístico-culturais afro-brasileiros presentes no município de Macapá.

A inauguração do novo espaço do museu contou também com a participação de alunos do ensino fundamental da escola municipal Hildemar Maia, que se divertiram-se ao som de apresentação do grupo de marabaixo e tiveram uma pequena aula da história da cultura negra do Amapá. O Fábio Bernardo, que é chefe da divisão do Museu, falou da importância da reabertura desse espaço e da formação do conhecimento desses alunos.

“Hoje os alunos puderam ter uma outra visão sobre o conteúdo do acervo que o museu expõe, dessa forma o mesmo vai continuar fazendo suas atividades e não apenas no mês de novembro, mas durante o ano todo. Hoje a reabertura contou com a apresentação dos elementos que compõe o museu, que é o marabaixo, elementos de matriz africanas e um vasto acervo sobre a história negra do amapá”, ressalta Fábio.

Ações do Museu:
•Exposição educacional no departamento do museu
•Exposição itinerante sobre a cultura negra
•Exposição dos acervos bibliográficos e elementos da cultura afroamapaense
•Participação de encontros e seminários

“A reabertura do museu é um momento especial, pois voltamos a receber as visitas guiadas que estavam suspensas desde o início da pandemia. O museu possui artefatos de cultura e história afroamapaense e é essencial para a difusão e valorização de nossa tradição”, finaliza a presidente do Improir, Maria Carolina Monteiro.

Quem foi Gertrudes Saturnino?
O nome faz refêrencia à uma grande mulher negra marabaixeira, filha de Ciriaco Manoel Saturnino e Izabel Maria de Nazareth, única filha mulher de uma família de 6 irmãos, filha de escravos e nascida em terras amapaenses.

O espírito combativo, de coragem e liberdade que norteava Gertrudes não admitia e nem aceitava a submissão imposta nos seus casamentos, o que a fez assumir sozinha o desafio de cuidar de seus filhos. Gertrudes foi doméstica, lavadeira, cozinheira, parteira e benzedeira com conhecimentos sobre ervas e plantas medicinais.