Educadores da rede municipal de ensino de Macapá discutem história e cultura afro-brasileira

Evento contou com exposição de elementos do Museu Municipal da História do Negro Gertrudes Saturnino.

Por Alexssandro Lima - Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial

Ação aconteceu em parceria com a Semed | Foto: Abel Neto/PMM

A história da África, a cultura africana e a relação com a formação cultural do Brasil foi o tema de uma capacitação promovida pelo Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Improir) para professores e pedagogos das escolas da rede municipal de ensino.

A ação foi feita em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Semed) e veio para fomentar a discussão desse assunto nas salas de aulas. A programação aconteceu nesta terça-feira (14), no Museu Sacaca, e contou a exposição do Museu Municipal da História do Negro Gertrudes Saturnino.

“A necessidade do aprofundamento do estudo que trata da história da África e da cultura africana e de sua difusão em sala de aula é fundamental. Precisamos de mais abrangência em ações pedagógicas que viabilizem a realização de um trabalho eficiente e que proporcione aos discentes uma aprendizagem qualitativa”, ressalta a diretora-presidente do Improir, Maria Carolina Monteiro.

A gestora destaca ainda que o ensino da cultura africana é uma das formas de combater o racismo institucional. “Estamos perto de completar 20 anos da promulgação da LDB 10.639/03, é necessário alinhar compromisso ético e intencionalidade pedagógica para transformar nossas escolas em espaços de garantia de direitos à educação plena. Isso se dá a partir do enfrentamento ao racismo institucional e a ampliação de conhecimento”, diz a gestora do Improir”, completa.

Evento contou com exposição de alguns dos itens do Museu Municipal da História do Negro Gertrudes Saturnino | Foto: Abel Neto/PMM

A programação iniciou com a palestra do filósofo e mestre em Educação, da Universidade Estadual do Amapá (Ueap), Janilson Barbosa, que falou da importância de leis que tornam obrigatório o ensino da história da África e da cultura africana nas salas de aula.

A professora Renata Silva, de 42 anos, atua no ensino de alfabetização há mais de 15 anos e faz parte do Núcleo de Educação Étnico Racial. Ela destaca que lidar com a importância do ensino afropedagógico no âmbito educacional é fundamental para diminuir os estigmas no desenvolvimento de ações que mudam a visão e a percepção dos alunos diante das temáticas que envolvem a cultura.

 “Quando a criança tem acesso a essas outras narrativas sobre ser negro, sobre ser indígena, por exemplo, ela tem acesso a um número de possibilidades. Então, a importância do material é justamente para dar mais subsídios para que os docentes possam trabalhar com elas de uma forma que ultrapassem as barreiras da resistência dos pais e dos alunos. Com isso, eles poderão compreender os diferentes modos de ser a partir da literatura, do cinema, da animação e de toda a forma de ensino”, destaca.