Secretaria de Mobilização discute a valorização da cultura do marabaixo nas escolas municipais

Fomentar a valorização da cultura dos povos tradicionais macapaenses no ambiente escolar. Com este objetivo, a secretária de Mobilização e Participação Popular, Rayssa Furlan, promoveu na tarde desta quinta-feira (8), um encontro intersetorial para discutir de que forma o município pode integrar a cultura do marabaixo e a história dos povos tradicionais às políticas educacionais implementadas nas escolas.

Participaram da reunião, o secretário municipal de Educação, Edielson de Souza, a diretora-presidente do Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Maria Carolina, e o diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura, Alain Cristopher.

Durante o encontro, Rayssa Furlan falou sobre a necessidade do poder público chamar representantes da população negra amapaense para o debate.

“É preciso inserir os povos tradicionais no contexto escolar e ouvi-los, para podermos compreender de que maneira a história e cultura negra podem ser ensinadas às crianças que estudam nas escolas do município. A escola também é espaço de cultura e respeito”, ressaltou.

A ideia sugerida pela secretária é ensinar a dança, música e história dos povos tradicionais de maneira lúdica e de modo multidisciplinar, aliando o conhecimento previsto na matriz curricular dos estudantes com as raízes do povo amapaense. Também foram discutidos projetos de visitas dos estudantes aos quilombos da capital como método de aprendizado.

O secretário municipal de Educação, Edielson de Souza, afirmou que as escolas municipais estão abertas para todas as agendas ligadas às questões raciais.

“A rede municipal de ensino já atua para a formação de uma cultura da paz e consciência social dos estudantes, através da formação continuada dos professores e abordagens a temas relevantes de maneira didática em sala de aula, então essa iniciativa terá todo o apoio das escolas e dos técnicos da Educação municipal”, disse o secretário.

Implementação da Lei 10.639

No ano de 2003, um importante avanço na luta antirracista no país foi concretizado: a implementação da lei 10.639. A legislação tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, sendo elas públicas ou particulares, desde o ensino fundamental até o ensino médio. Dezoito anos após a promulgação, a implementação da lei ainda apresenta desafios.

A diretora-presidente do Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Maria Carolina, afirma que a ideia sugerida pela secretária Rayssa Furlan vai proporcionar a efetivação desta política de igualdade racial, trazendo características tucujús, como o marabaixo, para dentro do ambiente escolar.

“Fico muito feliz porque essa iniciativa vai contribuir muito para que Macapá se torne referência na luta por igualdade racial e na implementação dessas políticas dentro das escolas. Nossas crianças aprenderão sobre a sua própria história e, sem dúvidas, se tornarão cidadãs que respeitam a cultura e a tradição da população negra amapaense”, celebrou Maria Carolina.

“Além dessas ações nas escolas, nós iremos incentivar a presença da cultura afroamapense nos eventos da cidade. Haverá marabaixo no Macapá Verão e em outras agendas culturais previstas na capital, para que a cultura afro não seja lembrada apenas durante o mês de novembro”, enfatizou o diretor-presidente da Fundação Municipal da Cultura, Alain Cristopher.

Cartilha sobre a história do Ciclo do Marabaixo

Ao fim da reunião ficaram agendados outros encontros com os segmentos que representam os povos quilombolas e tradicionais, além das comunidades escolares das 6 escolas municipais inseridas em áreas quilombolas.

Também ficou acertado o dia do estudante, celebrado em 11 de agosto, como a data de lançamento de uma cartilha idealizada pelo Instituto de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Improir) sobre a história do Ciclo do Marabaixo em todas as escolas da rede municipal. O evento também servirá como pontapé inicial para o projeto pensado pela secretária.

Lázaro Gaya
Secretaria Municipal de Educação