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A intolerância religiosa existe, principalmente, onde inexiste o conhecimento sobre a diversidade das religiões. Partindo dessa premissa, a Prefeitura de Macapá, por meio da Secretaria Municipal de Educação, trouxe para a pauta, nesta segunda-feira (18), a Formação de Combate à Intolerância Religiosa nas Escolas. O evento aconteceu na Universidade do Estado do Amapá (UEAP), centro da capital, e reuniu aproximadamente 150 profissionais da educação do município, entre gestores, coordenadores pedagógicos e professores.
De acordo com o coordenador do projeto, Augusto Neto, chefe da Divisão da Diversidade (SEMED), a capacitação busca evidenciar o respeito às diversas religiões e manifestações religiosas, como forma de contribuir para o relacionamento interpessoal no ambiente escolar e na formação intercultural das crianças da rede municipal de ensino de Macapá. Neto ainda enfatizou o envio de convite aos líderes religiosos de matrizes africanas, católicos e protestantes e demais manifestações religiosas, para participação no evento. Aqueles que aceitaram o convite, compuseram o dispositivo e palestraram sobre os temas propostos na formação.
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O secretário municipal de Educação, em exercício, Marcelo Oliveira, destacou que as escolas municipais já desenvolvem projetos voltados ao combate à intolerância religiosa. “Esta formação de hoje só vem reforçar aquilo que já é trabalhado nas nossas unidades de ensino, por meio dos projetos temáticos desenvolvidos no âmbito escolar e fora dele, quando levamos essas manifestações religiosas e culturais para eventos realizados em outros espaços”, ressaltou Oliveira.
Sirlene Almeida, professora do 2º período na Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Maria Jose de Souza e Silva, no Jardim Felicidade, falou da importância do evento para os profissionais da educação. Para ela, é preciso estar constantemente trabalhando essa questão da intolerância religiosa no ambiente escolar, onde alunos, muitas vezes, são discriminados pelo uso de indumentárias, estilo de cabelo e crenças diferentes daquela considerada padrão.
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“Vivemos num país laico, e é preciso ensinar para os pequenos o que isso significa. Na escola de educação infantil, trabalhamos o respeito às manifestações religiosas e culturais de forma lúdica, para que a criança, desde a primeira infância, possa crescer compreendendo as diversidades religiosas e tendo respeito por cada uma delas”, disse a professora.
A Yalorixa Mãe Carmen de Oyá, contou uma das situações que viveu por consequência de racismo e intolerância religiosa, por parte dos próprios vizinhos, enquanto fazia um preparo de ervas para cura. “Algumas pessoas têm esse comportamento de demonizar as religiões de matrizes africanas, porque se negam a conhecer e a respeitar as crenças que não seguem os mesmos preceitos do evangelho pregado por eles”, frisou a Yalorixa, que ainda discorreu sobre a Lei nº 11.635/2007, que combate a intolerância e a discriminação religiosa, e as desigualdades criadas em função da fé e do credo religioso que possam atingir, coletiva ou individualmente, os membros da sociedade civil.
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A experiência religiosa faz parte da vida em sociedade, independente do contexto histórico. E o aluno traz consigo toda essa vivência experienciada no seio familiar. Então, as questões religiosas devem ter seu espaço em sala de aula, com liberdade e livre de preconceitos, de forma a se combater as intolerâncias em todas as suas formas.
Participaram da formação o Grupo Cultural Hora do Axé, o coordenador pedagógico Michel Chagas (SEMED), representantes da UEAP e os líderes religiosos Pai Marcos Ribeiro – Coordenador de Ancestralidade do Fórum Nacional por Soberania Alimentar e Nutricional do Povo Tradicional de matriz Africana (FONSAMPOTMA), Yalorixa Mãe Carmen de Oyá, professor Neto Medeiros, coordenador de Articulação Política do FONSANPOTMA, que tratou o tema da Educação para as relações étnico raciais no enfrentamento ao Racismo Religioso.
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