Outubro Rosa: programação para comunidade quilombola da zona oeste de Macapá estimula autocuidado e valorização da vida

Ação aconteceu nesta sexta-feira (21).

Por Wellington Barros* - Secretaria Municipal de Direitos Humanos

Equipe do Cram recepciona comunidade quilombola durante programação do “Outubro Rosa” | Foto: Wellington Barros/PMM

A Secretaria Municipal de Direitos Humanos (SemDH) realizou, nesta sexta-feira (21), uma programação com o intuito de estimular o autocuidado e a valorização da vida. A ação faz parte da campanha “Outubro Rosa” e aconteceu na Escola Quilombola Estadual Lagoa dos índios, localizada no bairro Goiabal, na zona oeste de Macapá.

Durante o evento, a comunidade participou de um café da manhã e de dinâmicas para interação, autocuidado e reflexão, além de uma roda de conversa intitulada “Valorizando a vida e Mudando Percepções”.

“A comunidade da Lagoa dos Índios tem muito essa demanda. Aqui temos muitos casos de gravidez na adolescência, violência doméstica e ideias suicidas. Então, por isso a importância de trabalhar essa parte de saúde mental aqui”, ressalta a psicóloga do Cram, Gláucia Freitas.

As atividades foram realizadas pela Coordenadoria Geral de Políticas para as Mulheres e o Centro de Referência e Atendimento à Mulher (Cram), além da participação de representantes do Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Improir) e de estudantes de psicologia de uma faculdade privada da capital.

“O objetivo da ação foi agregar as mães dos alunos e a família para o autoconhecimento, estimulando o autocuidado das mulheres para que se atentem não só à saúde, mas também para qualquer tipo de violência que venham sofrer”, ressalta a coordenadora geral de Políticas para as Mulheres, Socorro Marques.

Patriciane Pereira da Silva, 29 anos, é moradora da comunidade desde que nasceu e fala da importância de receber ações como essa.

“Aqui na comunidade é difícil de receber esse cuidado, O Outubro Rosa é muito importante para nós mulheres, é preciso que a gente cuide uma das outras. Hoje a gente se distraiu e aprendeu muito, estou me sentindo feliz”, conta.

Para a dona de casa Ana Lúcia de Carvalho, 56 anos, ações que incentivam a autorreflexão e o cuidado com a saúde são essenciais na vida das pessoas.

“Foi muito bom participar desse evento, pude interagir com outras mulheres e ouvir experiências. As dinâmicas foram excelentes, gostei muito da parte dos abraços. As vezes, pequenas atitudes podem salvar alguém”, afirma Ana.

Para que os pais pudessem ter mais liberdade na programação, foram desenvolvidas tarefas lúdicas com dobraduras e pintura para as crianças menores até 7 anos. Já as demais crianças participaram de uma palestra sobre os sentimentos, além de uma dinâmica que incentivou a expressão através de desenhos.

A diretora da escola Lagoa dos índios, Tina Sanches, explica que por se tratar de uma área mais distante do centro, é difícil a comunidade receber alguns serviços e que as mulheres têm dificuldades para ir em busca deles.

“Fico muito feliz de ver a informação chegando aos lugares mais distantes, é disso que a população está precisando, de ser cuidada”, acrescenta Tina.