Método multissensorial de alfabetização é desenvolvido em creche de Macapá

Creche Tia Raimunda, no bairro Renascer, foi a escolhida para desenvolver o 'Método das boquinhas'.

Por *Ingra Tadaiesky - Secretaria Municipal de Educação

Projeto piloto é realizado na Creche Tia Raimunda, no bairro Renascer | Foto: Ingra Tadaiesky/PMM

A fase inicial do desenvolvimento acontece na escola, e a alfabetização é o principal eixo trabalhado nos primeiros anos da aprendizagem. Pensando nisso, o projeto “Método das Boquinhas” foi desenvolvido pela Divisão de Educação Especial, da Secretaria Municipal de Educação (Semed), para facilitar o processo de leitura e escrita dos alunos, através de técnicas fono-visuo-articulatório, ou seja, som, letra e boquinha.

A Creche Tia Raimunda, no bairro Renascer, na zona norte da cidade, é a primeira a colocar o método em prática. A fonoaudióloga pedagógica, Roberta Ferraz, é uma das desenvolvedoras do projeto e explica como ele é aplicado.

“A gente começa a mostrar pra eles o som da letra, e o movimento que a ‘boquinha’ faz no espelhinho. Eles olham a movimentação da boca quando faz o som, e isso propicia um melhor entendimento da letra”, explica Roberta.

Cada criança recebeu um pequeno espelho em formato de boca para utilizar durante as aulas, que são realizadas todas às quartas-feiras. Neste dia, as fonoaudiólogas da Semed vão até a creche para realizar o método em sala de aula, com a ajuda da professora de cada turma.

Por ser um projeto piloto, apenas duas turmas são contempladas, no entanto o “Método das Boquinhas” já esteve presente anteriormente na Escola Municipal de Educação Infantil Tia Madalena, no bairro Beirol. 

“As crianças aprendem a interpretar o som através do que a gente trás, através da movimentação, os sons que eles decoram. E quando a gente condiciona a criança nesses processos de interpretação, eles já conseguem associar em qualquer outra palavra, e é aí que entra o processo de alfabetização facilitado”, explica a fonoaudióloga, Regiane Teles, que desenvolve o método em sala de aula. 

Jeyana Rebeca, estudante de 6 anos | Foto: Ingra Tadaiesky/PMM

Jeyana Rebeca, de 6 anos, é uma das estudantes do projeto e conta que já aprendeu muito com as aulas. “Eu já aprendi a letra ‘P’, a letra ‘E’, a letra ‘B’ e a ‘D’. Gosto muito das aulas”, diz ela.

O processo de alfabetização se torna mais fácil e divertido, de forma que a eficácia do método é rapidamente percebida. Rosiane da Silva Chagas é professora do segundo período da Creche Tia Raimunda e conta que o método motiva as crianças.

“Um motiva o outro a melhorar, a desenvolver as palavras. Sempre procuram juntos por palavrinhas diferentes que surgem no momento em que elas estão pensando no som da letra. Eles são bem participativos”, diz a professora.

*Estagiário sob supervisão da Secretaria Municipal de Educação.