Improir e Fumcult alinham propostas de valorização dos patrimônios históricos e culturais de Macapá

Nesta quinta-feira (22), o Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Improir), junto com a Fundação Municipal de Cultura (Fumcult), alinharam propostas sobre a valorização dos patrimônios históricos culturais do município, em seus bens materiais e imateriais. A reunião integra o planejamento do Projeto Orla Viva, que será desenvolvido pela gestão em parceria com várias secretarias.

De acordo com a diretora-presidente do Improir, Maria Carolina Monteiro, é essencial o debate atrelado ao planejamento de políticas públicas para o fortalecimento do patrimônio histórico e memorial afromacapaense. Por meio dessas ações, são construídos projetos que valorizem nossas raízes ancestrais.

‘’Precisamos de espaços artísticos culturais que contem com referências afromacapaenses. Partindo do pressuposto da identidade cultural, que é um sistema de representação das relações entre indivíduos e grupos, seja através das religiões, das festividades, das artes, enfim. Devemos entender a cultura negra de maneira transversal, pois além dos aspectos culturais, reflete sobre resistência’’, explica.

‘’Macapá é repleta dessas raízes ancestrais, tendo como exemplo o Marabaixo, nossa maior e mais autêntica manifestação cultural. Por isso, planejar a valorização dos patrimônios históricos culturais é necessário e fará parte do nosso plano de trabalho no Improir’’, complementa a presidente.

Demandas
Através da reunião com a Fundação de Cultura foram levantadas pautas sobre a implementação de um espaço físico para o Museu do Negro Gertrudes Saturnino, que trabalha com a propagação da cultura afro em Macapá.

A parceria entre as pastas deseja promover a expansão do Museu Negro, que hoje realiza exposições itinerantes de seus materiais culturais e conta com um acervo de livros sobre cultura afro-brasileira, objetos representativos das religiões de matrizes africanas, indumentárias, caixas, instrumentos do Marabaixo, além das louças de barro da comunidade tradicional do Maruanum.

Foi debatido também a possibilidade da criação de um Centro de Referência para Capoeira, que seria uma espécie de espaço cultural de difusão da arte no município, dentre outros assuntos referentes à identidade cultural macapaense.

A diretora-adjunta da Fumcult, Val Melo, explanou sobre a valorização da cultura na sociedade, peça fundamental na difusão de conhecimento e preservação da memória das raízes culturais regionais.

‘’Entendemos a cultura como construção humana. Nossa intenção é manter viva a memória das nossas próprias origens. Isso será possível através da valorização dos bens deixados por nossos antepassados, por exemplo. Devemos reconhecer a cultura afroamapaense, exaltando assim a cultura negra dentro do município, por meio de projetos e propostas’’, finaliza.

Aline Paiva
Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial