‘Estamos há vários dias sem atender pacientes com Covid’, diz médica sobre encerramento das atividades na unidade Santa Inês

Iona Rabelo atuou durante dois anos na unidade que finaliza os serviços neste sábado (15).

Por Claudia Leão - Secretaria Municipal de Saúde

Médica pediatra, Iona Rabelo, durante atendimento | Foto: Samira Dias/Semsa

A Unidade de Triagem e Acolhimento (UTA) para Síndromes Respiratórias Santa Inês, localizada na orla da capital, encerra as atividades neste sábado (15). A decisão da Prefeitura de Macapá teve como base os números epidemiológicos, que apresentam queda de casos positivos, o avanço na vacinação e o baixo percentual de ocupação de leitos.

“Estamos há vários dias sem atender nenhum paciente com covid, a unidade cumpriu o seu papel e fizemos o melhor possível, com o sentimento de que vencemos essa fase”, afirma a médica pediatra, Iona Rabelo.

Funcionando desde junho de 2020, o espaço foi adaptado para funcionar como Unidade Básica Covid-19 Santa Inês, com serviços essenciais durante os momentos mais críticos da pandemia, em que chegaram a ser atendidos mais de 1 mil pacientes por dia na unidade. Em maio deste ano, o local foi reestruturado para atender o público adulto e infantil com consultas com clínico geral, pediatra, enfermagem, além da entrega de medicamentos.

Iona começou a trabalhar no local logo após o início de seu funcionamento. Para ela, o encerramento das atividades traz o sentimento de gratidão pelo vínculo criado com os colegas, pacientes e com o espaço físico.

“Um dia estávamos na frente da UTA e reconhecemos uma paciente que tivemos que intubar aqui, caminhando pela orla, foi uma sensação gratificante. Os pacientes nos reconhecem em vários lugares, as famílias pediam para cuidarmos dos seus familiares e ficamos na obrigação de devolvê-los de volta com a saúde reestabelecida”, conta.

Enfermeira, Daiane Nascimento, atuou na unidade durante 1 ano e 8 meses | Foto: Samira Dias/Semsa

A enfermeira Daiane Nascimento, que atuou na unidade desde abril de 2021, relembra como foi passar pela fase mais grave da pandemia até a chegada dos imunizantes na capital amapaense.

“A doença era muito assustadora, a população não sabia como lidar. Como equipe, abraçamos as famílias e prestamos os primeiros atendimentos para ajudar o paciente a enfrentar a doença e restabelecer a sua saúde. A vacinação foi essencial para que hoje possamos ter o sentimento de missão cumprida e o retorno gradual a vida normal, claro que sem esquecer que a doença ainda existe, mas nos traz mais tranquilidade e segurança.”, contou a enfermeira Daiane Nascimento, que atua na unidade desde abril de 2021.

O bairro Santa Inês continuará com atendimentos na Unidade Básica de Saúde Rubin Aronovitch, que funciona das 8h às 18h. Para atendimentos de urgência e emergência, síndromes gripais e casos suspeitos de Covid, continuam sendo referência as unidades dos bairros Perpétuo Socorro e Marabaixo, além das UBSs Marcelo Cândia, no Jardim Felicidade I, e Pedro Barros, na Fazendinha.

Unidade de Triagem e Acolhimento para Síndromes Respiratórias Santa Inês encerra atividades neste sábado (15) | Foto: Júnior Dantas/PMM