Escola municipal de Macapá oferta aulas em Libras para estudantes surdos

Projeto da Sala Bilíngue atende alunos ouvintes da Emef José Leóves.

Por Léo Nilo* - Secretaria Municipal de Educação

Sala bilíngue atende 15 estudantes surdos de Macapá | Foto: Ingra Tadaiesky/PMM

O segundo semestre letivo de Macapá começou com novidade na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) José Leóves, localizada no bairro Renascer, zona norte da cidade. Para promover igualdade e cidadania, a Prefeitura de Macapá criou a “Sala Bilíngue”, espaço no qual os estudantes surdos podem ter aulas na Língua Brasileira de Sinais (Libras).

A iniciativa é inédita na capital e se junta a diversas ações de inclusão que transformam a Educação municipal desde o início do ano.

A Sala Bilíngue funciona nos períodos da manhã e tarde e atende 15 estudantes. No espaço são aplicados os mesmos conteúdos do ensino regular, como matemática e geografia, mas através da Libras.

Para a aluna, Izabela Lourenço, de 9 anos, a oportunidade de aprender ao lado de colegas que compreendem sua vivência melhorou muito seu aprendizado. “Hoje eu me sinto bem-vinda na aula porque consigo entender tudo o que a professora diz. Aqui, todos são surdos como eu”, conta a estudante, com auxílio da intérprete.

Estudante Izabela Lourenço | Foto: Ingra Tadaieksy/PMM

Além das aulas para os estudantes surdos, o projeto engloba o ensino de Libras para as turmas do 3° e 4° ano da Emef José Leóves, para que os estudantes consigam se comunicar e formar uma comunidade verdadeiramente inclusiva.

De acordo com o secretário municipal de Educação, Rodrigo Gomes, a sala bilíngue da Emef José Leóves é apenas o início de diversas ações planejadas para incluir este público no ambiente escolar.

“Nosso objetivo é atender de forma integral e permanente esses estudantes. Futuramente, planejamos ter uma escola vocacionada para esse atendimento bilíngue. É nossa prioridade proporcionar Educação e oportunidades a todos os macapaenses”, ressalta.

Cheyla Bezerra é uma das idealizadoras do projeto e conta que a sala bilíngue também contribui com a construção de identidade do estudante surdo, a partir do momento em que o coloca em contato com um ambiente propício para seu desenvolvimento.

“A linguagem é parte fundamental da cultura. A língua deles é visual, motora e espacial, então tudo tem que envolver isso também, coisa que dentro de sala de aula não acontecia. Estes alunos tiveram uma evolução muito grande desde que entraram”, explica a profissional.

*Estagiário sob supervisão da Secretaria Municipal de Educação.