
Cada religião guarda um vasto conhecimento dos cultos afroameríndios, são histórias a serem perpassadas às futuras gerações | Fotos Mônica Nascos
Crianças, jovens e adultos de várias religiões de matrizes africanas, como Candomblé e Umbanda, participaram de um encontro no terreiro do Pai Vanjuré como forma de reflexão sobre a data que representa o respeito aos cultos afro-religiosos e a liberdade religiosa. A cerimônia ocorreu no bairro Açaí, na casa Rundembo N’Inkici Avanju Kayango, Zona Norte da capital.
A representante das religiões de matrizes africanas, do Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Improir), Eloane Tavares, destacou que o momento foi importante pois teve o objetivo de promover o respeito e a paz, além de combater a intolerância religiosa e a discriminação.
“A Prefeitura de Macapá valoriza o respeito aos nossos ancestrais e a cultura do nosso povo pois as religiões de matrizes africanas são fundamentais para a sociedade que luta por justiça, paz, fraternidade e igualdade”, destacou.
O Dia 8 de maio, Dia Estadual dos Cultos Afro-religiosos, é marcado pelo simbolismo e pela tradicionalidade dos costumes, crença e fé da saudosa Mãe Dulce Moreira, por ter tocado tambor pela primeira vez, no terreiro de Mina, no Estado o Amapá em 1962, por isso foram instituídas leis municipal e estadual.



O líder religioso, Pai Vanjuré, da casa Rundembo N’Inkici Avanju Kayango, explicou que o dia de reflexão sobre os direitos dos povos de matrizes africanas foi uma grande conquista, visto que por falta de conhecimento, antigamente a discriminação e a violência eram constantes nos terreiros, mas hoje, com as promoções de políticas de combate à intolerância, a comunidade encontra força e voz.
“A data representa resistência, fé nos cultos cantados, nos caboclos, são nossas entidades, nossa cultura. Quem nunca bebeu garrafadas de ervas? Quem nunca foi benzido por nossas benzedeiras? Por isso é fundamental repassar os nossos conhecimentos às nossas crianças, jovens e futuras gerações”.



O combate à discriminação racial avança com as ferramentas legislativas importantes de promoção da igualdade e do respeito. Outro exemplo foi a institucionalização da lei federal 14.519/23, que destaca o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes, na data em que a Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou o dia 21 de março como o Dia Internacional contra a Discriminação Racial.
