Seminário delibera calendário de festas tradicionais que serão transformadas em Projeto de Lei

Aconteceu na sexta-feira, 23, no prédio da OAB/AP, o I Seminário de Ações Afirmativas: desafios e possibilidades para a construção do calendário de Festas Tradicionais no Amapá. O objetivo foi afirmar e ampliar o compromisso da gestão municipal e da sociedade com políticas de combate ao racismo e promoção de igualdade por meio do fortalecimento da cultura afrodescendente, elaborando uma agenda de festividades que será levada à Câmara Municipal em forma de Projeto de Lei.

“Esse seminário tem o objetivo de discutir as festas tradicionais, que envolvem batuque e Marabaixo, por exemplo. Estamos debatendo as características, os critérios, os horários e licenciamentos das celebrações, para que possamos elaborar o calendário que será incluso no Projeto de Lei. Por que queremos uma lei? Porque ela, independentemente de qualquer gestão, tem que ser cumprida”, declarou o presidente do Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Maycom Magalhães.

 

“Houve outras iniciativas em forma de fórum, workshop, encontros, conselho etc. Esse seminário é o primeiro institucionalizado pela Prefeitura de Macapá. Com o passar do tempo, a sociedade entrou em conflito, pois as festas foram se avolumando, chegando a ter interferências da Polícia Militar e do Ministério Público. Então, foi preciso dar uma pausa para repensarmos os formatos de organização e realização dessas festas”, esclareceu o coordenador de Ação e Difusão Cultural da Secretaria de Estado da Cultura, Cláudio Silva, que estava representando o secretário de Cultura do Amapá, Evandro Milhomem.

 

“Para as celebrações fluírem, de maneira positiva, elas precisam se organizar. Precisamos catalogar nossas festas, saber a importância do que é tradicional e o que não é, tirar as dúvidas das pessoas”, afirmou Laura da Silva, mais conhecida como Laura do Marabaixo. “O Marabaixo, por exemplo, é uma festa genuinamente amapaense. Porém, muitas coisas aconteceram desde a criação, e a tradição foi mudando. Havia momentos da manifestação que apenas homens participavam. Hoje, as mulheres participam mais, fazendo funções que eram exclusivamente deles, como tocar caixa e cantar”, completou.

 

Estiveram presentes autoridades estaduais, municipais, representantes e lideranças de comunidades negras, quilombolas e de religiões de matriz africana. O evento também contou com a participação da cantora Silmara Lobato, da Banda Negro de Nós, cantando os hinos nacional e municipal em ritmo de Marabaixo.

 

Bruno Monteiro

Assessor de comunicação/Improir

 

Fotos: Nayana Magalhães