Projeto Anjos da Guarda abre caminhos para adolescentes de baixa renda

Criado em 2009, o projeto Anjos da Guarda, da Prefeitura de Macapá, coordenado pela Guarda Civil Municipal, já tirou das ruas mais de quinhentos adolescentes em situação de vulnerabilidade social, oriundos de famílias de baixa renda. Ele transforma a realidade de meninos e meninas por meio da prática de esportes, noções de trânsito e cidadania, e oferece a eles um caminho para enxergarem um universo de possibilidades para o futuro.

 

A ideia de ressocialização desses jovens partiu do inspetor da Guarda Municipal, Marco Antônio Couto, que, com dedicação e vontade, comanda até hoje o projeto. “No trajeto de minha casa até o trabalho, o número de crianças e adolescentes nas ruas sempre me chamava atenção. Com o apoio do comando da corporação, conseguimos implantar e manter nossas ações até agora”.

 

Os critérios para participar do Anjos da Guarda incluem estar matriculado e frequentando regularmente a escola, ter idade entre 11 e 15 anos e cumprir algumas normas e disciplina semelhantes ao regime utilizado nas corporações. “O que buscamos é oferecer uma visão ética e moral para o resgate de valores sociais indispensáveis para conviver em sociedade”, acrescenta o inspetor.

 

As práticas incluem instruções constantes dos grupamentos da Guarda Municipal e Companhia de Transportes e Trânsito de Macapá (CTMac), além do atendimento nutricional e odontológico em parceria com diversas instituições; como o Mesa Brasil do Sesc/Amapá, que oferece a alimentação que os jovens recebem durante as atividades.

 

A participação das famílias também é cultivada durante o tempo que os adolescentes estão no projeto. “Há um acompanhamento permanente que começa quando eles se inscrevem. Todo o desenvolvimento deles é compartilhado com os pais, e o que percebemos é uma mudança imediata no comportamento social desses jovens”, afirma Marco Antônio.

 

O aluno Elias Silva, há dois anos no projeto, mudou a rotina depois que conheceu o Anjos da Guarda. “Praticamente, passava o dia todo na rua porque não tinha o que fazer. Aqui aprendi a respeitar as pessoas e a planejar o meu futuro. Hoje, meus três irmãos, que também participam do projeto, e eu temos outras atitudes em casa e na escola”.

 

A experiência com entorpecentes também fazia parte da rotina de muitos alunos. “Alguns jovens confidenciaram com os instrutores que já haviam feito uso de drogas como cigarro, maconha, cocaína. A oportunidade de estarem aqui aprendendo novas atividades fez com que se distanciassem do vício. O maior reconhecimento vem dos pais, que sempre nos agradecem pela mudança positiva pela qual os filhos passam. Isso é muito gratificante para todos nós, da Guarda Municipal de Macapá”.

 

Atualmente, o Anjos da Guarda atua com o total de 244 alunos, nas segundas, quartas e sextas-feiras, das 8h às 11h, em três núcleos: Fazendinha, Complexo Macapá Criança e Residencial São José.

 

Ruth Helena Carrera

Assessora de comunicação/GCMM