Professores do município de Macapá participam de Oficina de Marabaixo e Batuque

Mais de 400 professores da rede municipal de ensino de Macapá já passaram pela oficina que leva a história e a cultura do Marabaixo e do Batuque para dentro da escola. O projeto “Marabaixo no fazer pedagógico”, desenvolvido pela Divisão de Étnico Racial (Diap) da Semed e o Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Improir), capacita docentes sobre os saberes tradicionais do povo negro amapaense, em especial sobre o legado deixado na cultura e no modo de vida deste torrão. Professores de 33 escolas participaram das oficinas, e o objetivo é alcançar todas as 80 unidades de ensino, das zonas urbana e rural, até o fim deste ano.

Além de palestras e estudos teóricos, a oficina é enriquecida com aulas práticas de dança de Marabaixo e Batuque, saberes sobre as caixas de percussão que dão o tom aos ladrões e aos passos, e ainda é complementada com o Museu do Negro Itinerante, gerido pelo Improir. A cada escola visitada, a equipe do Instituto de Promoção da Igualdade Racial leva um acervo de peças que fazem parte dos rituais das duas manifestações culturais. “A oficina é dinâmica, ministrada por nós [técnicos da Semed] e pelos parceiros do Instituto, que são também militantes culturais”, explica a gerente do Programa da Educação das Relações Étnico-Raciais, Eliete Santos.

“A oficina foi desenvolvida para capacitar professores, mas a envolvência é tão grande e tão forte, que no meio do curso estão envolvidos os merendeiros, o pessoal do serviço geral e do corpo técnico da escola, e os alunos”, conta a gerente do Museu do Negro Gertrudes Saturnino, Cristiane Farias.

A valorização das culturas genuinamente amapaenses passa a ter papel de destaque no ensino-aprendizagem das escolas municipais de Macapá. Com esta gama de conhecimento, os professores são munidos de mais repertório para transmitir às crianças a historicidade dessas manifestações, de forma lúdica e prazerosa. O projeto preconiza a Lei 10.639/03, que determina a obrigatoriedade da inclusão de conteúdos da História da África e Cultura Afro-brasileira nas disciplinas de História, Língua Portuguesa e Artes.                                                                                   

O próximo encontro está marcado para o dia 22 de outubro, envolvendo professores de 15 escolas municipais, em local a definir.

Rita Torrinha/Asscom Semed