Prefeitura implanta projeto “Quem ama cuida” no Residencial São José

O projeto “Quem ama cuida”, desenvolvido pela Prefeitura de Macapá e coordenado pelo Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram – zona sul), vinculado à Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres (CMPPM), passou  a atender mulheres vítimas de violência doméstica e familiar em uma sala do centro comunitário do Residencial São José, todas as quartas-feiras, das 13h às 18h.

 

Criado há dois anos para prestar assistência e orientação a mulheres agredidas fisicamente e psicologicamente, com o objetivo de despertar nelas o sentimento de apropriação e recriação de sua vida fora do ciclo da violência, o projeto possui uma equipe multidisciplinar de assistente social, advogada, pedagoga e psicóloga. Este núcleo é o segundo a ser implantado para fazer atendimento de atividades externas. Com essa prática, o Cram pretende ficar ainda mais próximo das vítimas e agilizar o atendimento das demandas. O trabalho feito pela equipe já acontece na Delegacia Especializada de Crimes Contra a Mulher, no bairro Santa Inês, todas as terças e quintas-feiras, no turno da manhã.

 

A iniciativa de instalar um núcleo dentro do habitacional deve-se, principalmente, ao aumento do índice de casos entre famílias residentes no local. Para a coordenadora municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, Anne Pariz, a presença da equipe de profissionais pode inibir os agressores. “O conhecimento de que estamos atuando tão próximo tende, além de inibir os possíveis agressores, também a sensibilizar as vítimas sobre a necessidade de procurar ajuda”.

 

Um caminho que a moradora Dalziza Rocha, 46 anos, já percorreu e que até hoje carrega as marcas. “Eu me sentia a pessoa mais impotente e triste do mundo. Não podia trabalhar, estudar, sair na rua. Era ofendida com palavras, gestos, até que um dia ele me agrediu fisicamente”. Uma única agressão que resultou em um tumor cerebral que ela também superou. “Retirei o tumor há três anos, tenho sequelas, sofri muito, mas nunca me acovardei”, garantiu. Além da triste experiência, restou a ela delinear os passos a quem vive a mesma situação. “E difícil, dirão para deixar para lá, mas pensem no que dizer aos seus filhos no futuro, se sobreviverem, quando lhe perguntarem por que você nunca fez nada. Não se omita, temos direitos e nós, mulheres, somos fortes o suficiente para vencer essa ‘luta’”.

 

O exemplo de Dalziza e a abordagem com a população feminina do residencial, por meio de ações, palestras e atendimento especializado, serão instrumentos no combate à violência contra a mulher, que, na contramão do debate e das leis criadas, aumenta assustadoramente. O atendimento no Cram Izaura Góes continuará a ser feito nas segundas, quartas e sextas-feiras, na sala do psicossocial do Centro de Mobilização Social Nova Esperança, na Rua Anatair Monteiro, n° 149, bairro Nova Esperança, das 8h às 13h.

 

Para mulheres residentes na zona norte de Macapá, o atendimento multidisciplinar é feito no Cram Janice Palmerim, na Rua Roma, n° 2147, bairro Renascer II, de segunda a sexta-feira, das 8h às 13h.

 

Ruth Helena Carrera

Assessora de comunicação/CMPPM