Com aulas dinâmicas e além da sala de aula, professores ensinam língua estrangeira e materna a alunos

Na rede municipal de ensino de Macapá as disciplinas de língua estrangeira não são obrigatórias, uma vez que se trabalha com a educação básica. Mas a Prefeitura de Macapá, por meio do Projeto Japiim, dá início a esse processo de aprendizagem a centenas de crianças todos os anos, com a oferta de aulas de inglês, francês, espanhol e prática de redação, gratuitamente. Desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), o Japiim ultrapassa o papel de ensino de linguagens. O vínculo de amizade e carinho construído pelos professores resulta em atividades além do muro da escola.

E é com a força de vontade de educar e a perseverança de proporcionar aos alunos momentos de descobertas, que professores, com apoio da secretaria, de parceiros e com recursos próprios, levam as crianças para cinema, shoppings, passeios, restaurante, planejam aulas diferenciadas. Claro, tudo com o objetivo deles aprenderem outro idioma. “Cada professor tem uma dinâmica. Reunimos os alunos e fazemos comidinhas, e eles aprendem a nomear os pratos, a nomenclatura dos materiais utilizados na preparação e a ler receitas – em inglês, francês ou espanhol. Se vamos ao cinema eles aprendem alguns termos próprios da atividade. Nos passeios a gente incentiva o aprendizado de palavras e frases do cotidiano. Tudo tem um fim, e fica melhor quando isso é feito na prática. Vale muito”, conta Rosana Mendes, professora de francês. 

As aulas tiveram início no mês de abril e, durante esta semana, os professores reforçaram a prática de diálogos. “Cada nova expressão que eles aprendem é uma emoção para gente, porque são crianças, em sua maioria, muito humildes, que dificilmente teriam condições de pagar uma escola de línguas particular. E eles aprendem muito rápido”, informa a professora de espanhol, Suelen Simões. 

Este ano, cem alunos das escolas Wilson Malcher e Eunice das Chagas participam do Japiim. A meta é ampliar este quantitativo. “O projeto existe há 10 anos e muitos conseguiram dar continuidade aos estudos, às vezes, por conta própria, outros os pais viram o resultado e apostaram neles, muitos estão na Escola Danielle Miterrand e outros despertaram para a escrita materna, sonham até em escrever livro, por causa das aulas de redação. Para a gente, é um estímulo”, comenta o professor de práticas de redação, Benedito Andrade. 

A turma que faz o diferencial na vida dessas crianças conta ainda com os professores Linda Sharla e Nazaré Ferreira (redação); Zuleide Cunha (francês); e Kênia Rocha (inglês). O encerramento dos cursos será em dezembro, e os professores já se preparam para receber nova turma em 2017. 

Rita Torrinha/Asscom Semed