Educadores participam de formação para elaboração de proposta pedagógica de aceleração

Durante dois dias, 11 e 12 de maio, professores, gestores e secretários escolares da rede municipal de ensino de Macapá que trabalham no Programa de Atendimento aos Alunos com Defasagem Idade-Ano (Praadis) participam de formação para a elaboração de uma proposta pedagógica de aceleração. Na rede municipal de ensino, 12 escolas, com 14 turmas, atendem 302 crianças com dificuldade de aprendizagem.

 

Buscando solucionar o problema da distorção, em 2014, a Prefeitura de Macapá instituiu o Praadis. O objetivo é fazer com que a criança tenha um progresso no aprendizado, melhorando os índices de aproveitamento delas na escola e fora dela. O Artigo 24, Inciso V, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (9.394/96) respalda legalmente uma proposta pedagógica de aceleração, quando estabelece que um dos critérios da verificação do rendimento escolar seja a aceleração de estudos para alunos com atraso escolar.

 

Vinte professores são responsáveis pelo desafio de aplicar aulas diferenciadas a essa clientela, que apresenta dificuldades de leitura, escrita, interpretação de textos e operações matemáticas simples. O secretário municipal de Educação, Moisés Rivaldo, esteve na abertura da formação e reforçou em sua fala o compromisso da prefeitura com o programa. “Mais do que uma intervenção pedagógica, trata-se de um investimento na educação do município, visto que a melhoria nos índices de desempenho dos alunos significa mais crianças com oportunidades iguais aos que estão em salas de aula regulares. Continuaremos buscando caminhos que reflitam em mais qualidade de ensino, a começar pela recuperação das escolas, merenda de qualidade, capacitação constante para os educadores. Nossa meta é uma só: aplicar educação de qualidade”.

 

De acordo com a coordenadora do Praadis, Marilda Nascimento, entre as principais causas da distorção idade-série são a evasão e o abandono escolar. “Muitos alunos precisam trabalhar ou cuidar de irmãos mais novos, e evade da escola cada vez mais cedo. Em outras situações a desestrutura familiar contribui para comportamentos, prejudicando o desenvolvimento do aluno, resultando num quadro de repetências. Em muitos casos, temos que pedir apoio do Conselho Tutelar. Outra realidade da nossa região são as crianças de origem ribeirinhas. Os pais delas vêm para a cidade, depois voltam ao interior e a criança perde o ano letivo”.

 

Assim, o encontro promovido pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) visa apresentar e estimular nos educadores habilidades diferenciadas relativas à primeira fase do ensino fundamental, proporcionando a essas crianças a continuação dos estudos e a conclusão desta etapa do ensino regular. A formação segue nesta sexta-feira, na Escola Rondônia, com palestras e oficinas de língua portuguesa e de matemática.

 

Defasagem idade-ano

 

É quando a diferença entre idade do aluno e idade prevista para a série é de dois anos ou mais. Pela legislação que organiza a oferta de ensino no país (Lei 9.394/1996), a criança deve ingressar aos 6 anos no 1º ano do ensino fundamental e concluir a etapa aos 14. Na faixa etária dos 15 aos 17 anos, o jovem deve estar matriculado no ensino médio.

 

Rita Torrinha

Assessora de comunicação/Semed