Saiba como é utilizada a xepa da vacina em Macapá

A Semsa destina as sobras técnicas da vacina contra a Covid-19 para os grupos prioritários do Plano Nacional de Imunização.

Diariamente, diversos frascos de vacina contra a Covid-19 são abertos e cada imunizante tem um prazo de validade para ser usado. Nos frascos que não são usados em sua totalidade, ficam as chamadas “sobras”, também conhecidas como descarte técnico, ou “xepa” da vacina. A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) utiliza essas doses que sobram e não podem ser aproveitadas no dia seguinte para garantir a cobertura vacinal dos grupos prioritários na capital.

O processo de imunização contra o coronavírus segue um ritual rigoroso, que vai da acomodação dos frascos em ambiente estéril e com temperatura controlada, até o transporte e distribuição do imunizante nos pontos de vacinação. Esse estoque de descarte técnico acontece por muitos fatores, entre eles, a ausência de pessoas para receber a dose do imunizante no final de cada expediente de imunização.

“Tomamos todos os cuidados necessários para garantir que os frascos de vacina cheguem com integridade em cada ponto de vacinação”, destaca a subsecretária de Vigilância em Saúde, Nayma Picanço.

Cada recipiente de imunizante contém 5ml e as doses da vacina são compostas por 0,5 ml, o que permite a vacinação de dez pessoas com cada frasco. Eles têm validade de 6 a 8 horas após a abertura e primeira aspiração – que é quando a vacina é tirada de dentro dele.

Nayma explica que é comum haver a sobra de doses e qual a dinâmica disso nos pontos de imunização. “Temos o compromisso de aplicar o imunizante no ponto de vacinação e, geralmente, no fim do dia, quando o fluxo diminui, temos que abrir frascos de vacina mesmo que não tenhamos um número suficiente de pessoas para vacinar posteriormente”, comenta.

Estratégias
Durante a vacinação dos grupos prioritários, a Semsa adotou algumas estratégias para evitar a inutilização dessas doses. A primeira delas foi fazer a busca ativa dentro do próprio grupo prioritário. Além disso, o descarte técnico também foi usado para atender as solicitações de clínicas e laboratórios que possuíam em seu quadro profissionais de saúde que tinham contato direto com pacientes com coronavírus, como fisioterapeutas, odontólogos, biomédicos e outros.

“Com as sobras, os profissionais envolvidos na vacinação realizavam diariamente a busca ativa de pessoas aptas à imunização. Com isso, conseguimos dar vazão a muitas doses que poderiam ser descartadas”, disse Nayma.

“Mas quando não conseguimos usar as doses através da busca ativa, usamos elas para vacinação de pessoas do próprio grupo e, assim, avançamos na imunização da capital sem perder vacinas”, completou a subsecretária.

A subsecretária destaca ainda que, com a evolução da vacinação na capital e a abertura da imunização da população geral, as doses de descarte técnico foram reduzidas consideravelmente. “A cada nova faixa etária, aumenta o número de pessoas e no fim de cada dia de vacinação sobram poucas doses. Geralmente usamos elas para vacinar pessoas que, por algum motivo, perderam o seu dia de vacinação”, conclui Nayma.