Celebração à Iemanjá conta com apoio da Prefeitura de Macapá

Às margens do rio Amazonas, os praticantes das religiões de matrizes africanas renderam graças, na quinta-feira, 2, a um dos orixás mais populares do candomblé e umbanda: Iemanjá – considerada a rainha das águas. Com apoio da Prefeitura de Macapá, que colaborou com a infraestrutura, feira afroempreendedora e transporte dos grupos participantes, as celebrações e os rituais reuniram adeptos e simpatizantes.

 

O evento “Iemanjá – Rainha do mar”, organizado pela Federação de Cultos Afro-religiosos de Umbanda e Mina Nagô do Estado do Amapá (Fecarumina), acontece há mais de vinte anos e, na última década, tem à frente Mãe Odete. “Abracei com muita dificuldade a missão de fazer as homenagens dando continuidade ao trabalho que a Mãe Dulce fazia. O apoio da prefeitura e a compreensão do poder público de que, além de apoiar, é importante estar presente num evento dessa natureza servem para desmistificar o preconceito que muitos possuem com os cultos afros”.

 

Além da preservação da tradição afro-religiosa, Odete acredita que o momento pelo qual passa o país é fundamental pedir a proteção da divindade para por fim a toda forma de subjugar grupos de menor representatividade e aos conflitos étnico-religiosos. “Iemanjá, Dandalunga, Janaína e outros nomes nos levam ao mesmo orixá que trará a paz, o amor que usamos para abençoar e acabar com esses rótulos de identidade e com a intolerância que nasce da ignorância da nossa cultura”.

 

As amigas Aldeyze Alves, Nayara Furtado e Glenda Lima prestigiaram as homenagens à Iemanjá. “Fiquei surpresa por observar participantes de várias religiões aqui e também pela ligação e comprometimento das pessoas com a sua religião. Não sou praticante, mas vou levar daqui muita paz de espírito. Ano que vem quero estar aqui novamente”, afirmou Glenda.

 

Para o diretor-presidente do Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Maykom Magalhães, não existe cultura superior ou inferior, e sim a compreensão da importância que temos sobre nossa própria cultura. “Esse é um fator importante que a gestão construiu para a formação das políticas afirmativas que sempre procuramos implementar. O vínculo que estabelecemos com as matrizes africanas, com a cultura e a religião afrodescendente é para preservar o patrimônio  que esses cultos  representam e assegurar que eles possam ser praticados e valorizados como parte da identidade do nosso povo”.

 

Ruth Helena Carrera/Asscom Improir