Prefeitura de Macapá promove debate sobre afroempreendedorismo feminino e política pública

I Seminário Mulher Negra, Afroempreendedorismo e Política Pública aconteceu no domingo (25). Evento pode ser acessado na página da prefeitura.

Por Aline Paiva - Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial

O Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Improir) realizou neste domingo (25) o I Seminário Mulher Negra, Afroempreendedorismo e Política Pública. O objetivo era dar visibilidade à luta das mulheres negras contra a opressão de gênero, a exploração e o racismo, além de prestar homenagem à líder quilombola Tereza de Benguela.

O seminário foi transmitido ao vivo na página do Facebook da Prefeitura de Macapá. O debate contou com a presença da diretora-presidente do Improir, Maria Carolina Monteiro, da professora e afroempreendedora Elenilda Gomes, e da vereadora de Macapá, Adrianna Ramos (PSC), autora da lei nº 2.437, que instituiu o programa municipal Macapá Afroempreendedor.

A diretora-presidente do Improir, Maria Carolina Monteiro, destacou durante a live sobre a dupla discriminação que as mulheres negras sofrem. ‘’Sofremos uma bi descriminação, tanto pelo gênero, quanto pela raça. Tivemos que lidar com o embranquecimento, que nos fez odiar nosso corpo, cabelo e jeito de ser. Por isso, precisamos nos afirmar para lutar contra o racismo estrutural’’, comentou.

Segundo a gestora do Instituto de Igualdade Racial, discutir política pública e afroempreendedorismo feminino, em uma data tão representativa para as mulheres negras, significa resistência.

‘’Fomentar o afroempreendedorismo é buscar dignidade para tantas mulheres que dependem da sua força de trabalho. Neste primeiro semestre, o Improir lançou um banco de dados para afroempreendedores de Macapá. Fizemos um cadastro virtual no site da prefeitura e presencial nas comunidades quilombolas. Hoje contamos com 420 cadastros nos quais 88% são mulheres’’, enfatizou.

Seminário
O I Seminário Mulher Negra, Afroempreendedorismo e Política Pública tinha como pauta principal o Dia da Mulher Negra Latino- Americana e Caribenha, instituído em 1992, e a lei brasileira n° 12.987 de 2014, que tornou 25 de Julho o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

‘’Sempre tive uma aptidão artística. Sempre gostei das cores, grafismos e desenhos que remetem à cultura africana. Sou negra, sofri racismo com meu cabelo. Hoje meu trabalho sofre racismo por mim. Já ouvi uma vez que fazia um trabalho tão bonito, mas só tinha bonecas pretas. Tudo que vem do afro parece que remete a algo ruim’’, desabafa a professora e afroempreendedora Elenilda Gomes, durante o seminário.

A vereadora de Macapá, Adrianna Ramos, discursou sobre o Programa Municipal Macapá Afroempreendedor e também acerca das dificuldades enfrentadas pelas mulheres negras na pandemia do coronavírus.

‘’Na pandemia, os dados evidenciam que são mais mulheres negras que mais são violentadas. Muitas dependem financeiramente e emocionalmente do agressor. Acredito no afroempreendedorismo realizado por mulheres, ele pode ajudar a mudar realidades’’, finaliza.

O debate completo está disponível no Facebook da Prefeitura de Macapá, através dos links:

I Seminário Mulher Negra, Afroempreendedorismo e Política Pública – Veja aqui