Covid-19: Mil quilombolas e ribeirinhos de áreas remotas são vacinados durante o final de semana em Macapá

A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), não mede esforços para garantir que as primeiras doses do imunizante contra a Covid-19 cheguem às comunidades quilombolas e ribeirinhas de áreas remotas e de difícil acesso. Durante o último final de semana cerca de mil pessoas foram vacinadas em Macapá.

As ações foram realizadas no período de 9 a 11 de abril, as equipes de imunização da Semsa percorreram quilômetros de estrada. Foram horas de viagens em lanchas às margens do rio Pedreira, para garantir a vacinação de cada morador das comunidades ribeirinhas e quilombolas. Os moradores das comunidades da Tessalônica, São Pedro dos Bois, Ambé, Santo Antônio da Pedreira, Porto do Abacate, Vila Bertolina, Lontra da Pedreira, Ramal do Tarugo e Carmo do Maruanum que se enquadram nos critérios de grupos prioritários estabelecidos pelo Plano Nacional de Imunização (PNI). receberem a vacina contra a Covid-19.

A secretária municipal de Saúde, Dra. Karlene Lamberg, ressalta que a Prefeitura trabalha diariamente na vacinação contra a covid-19. “Nossa meta é levar vacina para todos. Nossa equipe tem imunizado de domingo a domingo, não medimos esforços. Agradecemos o apoio recebido pelas comunidades durante as ações e pedimos que continuem nos ajudando para que possamos realizar um trabalho transparente e seguro”, concluiu.

Carla Patrícia de Azevedo, moradora da comunidade quilombola São Pedro dos Bois, agradeceu a equipe de enfermagem da prefeitura, o trabalho e a colaboração de todos os participantes. “Nossa comunidade esperava por esse momento ansiosa. É muito importante para nós quilombolas sermos imunizados, vivemos em uma área distante e nos casos graves de covid temos que ir buscar atendimento especializado em Macapá. Com a vacina nossas chances aumentam. Sabemos que devemos continuar respeitando os protocolos, mas a vacina nos possibilita uma chance maior de não pegar o vírus”, afirmou a moradora.

Quilombola da comunidade do Ambé, Luiz Pereira dos Santos, 59 anos, ficou alegre pela vacina e explicou que a ação na comunidade é um sinal de esperança para ele que realiza o isolamento social à risca. “Me isolei por completo, vivo na angústia, no medo. Tenho uma idade avançada e problemas de saúde, por esse motivo me mantenho distante de tudo. Confesso que esse período me sinto só e não vejo a hora de poder conversar com os vizinhos no final da tarde, no portão de casa. Coisas simples que não podemos mais fazer”, concluiu seu Luiz Pereira.

Para a ribeirinha do Porto do Abacate, Francidalva Rodrigues, a vacina é a salvação para a população. Ela explica que só com o apoio de todos neste momento a vida voltará a ser como antes. “Se cada um fizer a sua parte, nós vamos sair dessa pandemia. Eu não suporto mais perder as pessoas que amo. É difícil ver na televisão todos os dias o número de vítimas da covid-19”, salienta Francidalva.

Cristiane Mareco
Secretaria Municipal de Saúde