Cartilha lançada em 2021 pelo Improir fomenta cultura marabaixeira nas escolas

Os impressos foram distribuídos com o intuito de levar para dentro das escolas a história do marabaixo.

Por Alexssandro Lima - Instituto Municipal de Políticas de Promoção de Igualdade Racial

O Instituto Municipal de Políticas de Promoção de Igualdade Racial (Improir) lançou em agosto deste ano a cartilha ‘Ecoando o Marabaixo na Ciranda dos Saberes’, que fala sobre o ciclo do marabaixo e a importância de trabalhar a cultura afro amapaense nas escolas.

O intuito da cartilha é apresentar nos espaços de ensino municipais a cultura macapaense, valorizando e fortalecendo o Ciclo do Marabaixo. A distribuição das cartilhas foi feita nas escolas para serem trabalhadas dentro do Ensino Fundamental I, com linguagem lúdica e acessível, estimulando a interação e a inclusão dos alunos com deficiência auditiva e visual.

“A importância histórica do nosso marabaixo e a relevância para a fé do povo negro amapaense dentro das escolas através da cartilha faz com que nossa maior manifestação não seja esquecida e tenha seu merecido reconhecimento”, ressalta Michela Barreto, diretora da Escola Municipal Aracy Nascimento.

Por ser uma forma de expressão que reúne referências culturais vivenciadas e atualizadas pelos amapaenses, o impresso é um mecanismo fundamental para a construção e afirmação da identidade cultural negra brasileira. Desta forma se reforça o cumprimento a Lei Federal 10.639 de 2003, que incluiu no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da presença da temática História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.

Devoção e resistência negra
Fruto da organização e identificação predominante entre as comunidades negras do Amapá, o marabaixo é uma expressão cultural de devoção e resistência que representa tradições e costumes locais. A origem do nome remete aos escravos que morriam nos navios negreiros; seus corpos eram jogados na água e os negros cantavam hinos de lamento mar abaixo e mar acima. Os negros escravizados passaram a fazer promessas aos santos que consagravam, e quando a graça era alcançada se fazia um marabaixo. Sua herança é deixada de pai para filho, e está associada ao fazer religioso do catolicismo popular em louvor a diversos santos padroeiros.