Prefeitura orienta educadores para identificar possíveis imaginações suicidas no ambiente escolar

A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) promoveu nesta quarta-feira, 17, a roda de conversa Desmistificando o Suicídio, voltada aos profissionais da educação. A finalidade foi orientar os educadores para que possam tentar identificar possíveis ideações suicidas em crianças e adolescentes no âmbito escolar.

 

De acordo com o psiquiatra José Augusto Leite, até os quatro anos de idade a criança não tem um conceito global de morte e perda, ela só é formada a partir dos 11 anos e a vida moderna tem propiciado o aumento de casos de suicídio. “Os jovens têm cada vez mais informações sobre o mundo, mas não têm experiência para processar isso. Nesse momento é que a escola e a família precisam buscar entender o que pode estar causando as ideações de mutilação e suicídio”.

 

“Além de mostrar aos educadores como identificar esses comportamentos, é necessário que entendam que o principal é escutar esse aluno e acolhê-lo para que ele sinta que não está sozinho e chegue a tirar a própria vida”, completou o psiquiatra. A professora Graça Almeida vê na abordagem do tema a possibilidade de evitar com que novos casos de suicídio ocorram. “A adolescência é uma importante fase de transição e precisamos estar atentos aos sinais, e buscar entender o que está levando o aluno a ter pensamentos de morte. Não vamos tirar a liberdade desse adolescente, mas sim conversar com ele para buscar meios de ajudá-lo”.

 

De acordo com dados do Ministério da Saúde, 40% das pessoas que cometeram suicídio buscaram um serviço de saúde de 2 a 7 dias antes do ato. “O suicídio está fazendo mais vítimas do que o HIV, por exemplo. Por isso, precisamos desmistificar o tema e mostrar como fazer o acolhimento dessa pessoa e o encaminhamento para uma abordagem interdisciplinar para dar início ao atendimento”, comentou o coordenador do Centro de Apoio Psicossocial Infantil, Cássio Monteiro.

 

O CAPSi

 

O Centro de Atenção Psicossocial para Infância e Adolescência tem como objetivo oferecer atendimento a crianças e adolescentes de 3 a 18 anos. Presta atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando as internações em hospitais psiquiátricos. Acolhe e atende pessoas com transtornos mentais procurando preservar e fortalecer os laços sociais do usuário, assim como promove a inserção social das pessoas com transtornos mentais por meio de ações intersetoriais, como grupos e oficinas terapêuticas. É um serviço de saúde municipal, aberto, comunitário, que oferece atendimento diário de demanda espontânea ou referenciada.

 

Jamile Moreira

Assessora de comunicação/Semsa